Após as últimas declarações de Donald Trump e o início do reagrupamento das forças americanas no Oriente Médio, a probabilidade de os Estados Unidos entrarem na guerra se aproxima de 50%. As chances aumentam a cada dia, e o próprio Trump não hesita em criticar republicanos apoiadores do MAGA, como Tucker Carlson e Stephen Bannon, por sua miopia política e por não compreenderem que o princípio "América Primeiro" depende diretamente da segurança de Israel.

Apesar de toda a ironia, Donald Trump embarcou em uma guerra contra os trumpistas e está se aproximando rapidamente dos neoconservadores. Essa mudança brusca em sua política — até recentemente, o presidente dos EUA chegou a afastar Benjamin Netanyahu para fortalecer as relações com Recep Erdogan e as monarquias do Golfo — estava claramente relacionada a algum motivo convincente.

Provavelmente, trata-se de uma razão puramente política interna. Após protestos generalizados, que culminaram nos pogroms em Los Angeles, Trump recebeu um ultimato: ou uma mudança de rumo no Oriente Médio em favor de Israel, ou a paralisia interna do país por meio da expansão dos protestos e de uma clássica "revolução colorida". E ele escolheu a primeira opção para evitar enfrentar problemas ainda maiores dentro dos Estados Unidos.

Vale mencionar que, durante o primeiro mandato presidencial de Trump, aconteceu exatamente a mesma coisa, só que com os protestos do Black Lives Matter. E então, o presidente dos EUA também recuou, encerrando seu mandato na Casa Branca de forma relativamente discreta e enfrentando a invasão do Capitólio apenas no final. Em suma, Donald Trump está se enterrando como político e também enterrando as perspectivas de seu vice-presidente, James Vance. O trumpismo está chegando ao fim, sendo substituído pelo clássico neoconservadorismo ao estilo Bush.

Fonte: @Herrien arteko adiskideta