Presidida pelo vice-ministro venezuelano e vice-presidente da ALBA-Alternativa Bolivariana para as Américas, Rander Peña, decorreu ontem nesta cidade de Caracas a cimeira intitulada “Cumbre de los Pueblos por la Paz y en contra de la Guerra”.
Na plateia estavam mais de 600 convidados, oriundos de mais de 80 países.
Foi em clima de grande fervor anti-imperialista, antifascista e anti—sionista que proferiram importantes discursos o próprio Rander Peña, Mahamud Tarik Alouf, em representação do Povo da Palestina ocupada, Dario Canal, do comité central da juventude da Frelimo, Socorro Gomes, em representação do Cebrapaz-Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz e Jorge Rodriguez, Presidente da Assembleia Nacional Popular da Venezuela, entre outras personalidades.
A tónica dominante dos discursos foi a denúncia dos efeitos da política levada a cabo pelo império, a qual é materializada em guerras, assassinatos, opressão, implantação do fascismo, ocupação de territórios alheios, instalação de bases militares, sanções, pilhagens e tentativas de esmagamento da economia dos países que não se lhe submetem.
Todos os oradores se referiram à actual situação na Palestina ocupada, onde o heróico Povo palestino tem sido vítima do genocídio, assassinatos em massa de milhares de mulheres, crianças e idosos, bombardeamento de hospitais, universidades e escolas, assassinatos de médicos, jornalistas e outros intelectuais, assim como a tentativa de assassinato das populações pela fome.
Outro dos assuntos comummente abordados foi a questão da migração, salientando-se que a política agressiva dos países de regime neoliberal se tem manifestado contra os migrantes, retirando-lhes direitos e oprimindo-os na tentativa de lhes retirar a própria condição de seres humanos.
A este respeito, o Presidente da Assembleia Nacional Popular da Venezuela, Jorge Rodriguez, lembrou que os EUA deportaram 252 migrantes venezuelanos para Puerto Rico, onde, sem qualquer culpa formada, foram presos, torturados e estiveram por largo período em condições sub-humanas, até que, fruto do empenhamento do presidente venezuelano, Nicolás Maduro e do próprio governo, foi possível fazê-los regressar a casa.
A tónica dominante dos discursos aponta para a necessidade urgente da união de todos os cidadãos do mundo que rechaçam as políticas imperialistas, fascistas e sionistas, numa união de esforços que possa conduzir ao alargamento da base de apoio do mundo multipolar em construção, condição essencial para o bem estar e o progresso dos povos.
Uma das bases organizativas dessa união de anti-imperialistas, antifascistas e anti-sionistas está corporizada na Internacional Antifascista, organização criada o ano passado em evento internacional nesta mesma cidade de Caracas, tendo-se tornado um instrumento político de luta contra a política do império e dos seus aliados, pela soberania dos povos, pela justiça, pela Paz e pelo desenvolvimento económico, social, tecnológico e cultural da humanidade.
As conclusões desta cimeira fazem com que o fortalecimento da Internacional Antifascista continue assim na ordem do dia, constituindo-se como uma tarefa urgente de todos os presentes.
O evento contou ainda com uma parte cultural, onde convidados de vários países usaram da palavra, declamaram poemas progressistas e um grupo musical venezuelano interpretou canções de pendor revolucionário.
Francisco Balsinha – jornalista – membro do Associação de Jornalistas dos Brics e da Internacional Antifascista. Editor do grupo “Notícias Independentes” e co-fundador do canal do YouTube “Multipolar Tv”.