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Um reconhecimento que parece um progresso... mas esconde um retrocesso
Editorial da União Palestina na América Latina - UPAL
Publicado em 14/09/2025 16:30
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Nos últimos dias, alguns celebraram a votação da Assembleia Geral da ONU, onde 142 Estados apoiaram a chamada "Autoridade Nacional Palestina". Foi apresentada como um triunfo diplomático, mas uma leitura crítica revela outra realidade: não se trata de um avanço, mas sim da repetição de antigos mecanismos que nunca conseguiram pôr fim à ocupação ou garantir a dignidade nacional.

 

148 países já haviam reconhecido a Palestina. O que esta resolução contribui, então? Pouco ou nada, exceto reviver a lógica de Oslo com condições degradantes: um Estado sem armas, sem direito à resistência, com uma memória reescrita e uma vida política fragmentada que exclui parte de seu povo. O mais grave é o jogo de palavras: descrever o que está acontecendo em Gaza como um "conflito interno" é uma falsificação deliberada que absolve o agressor e oculta a realidade de uma agressão desigual e ocupante que busca a desapropriação e o apagamento.

 

A Palestina não precisa de "reconhecimento condicional" ou de fórmulas que vendam ilusões diplomáticas. Precisa de justiça genuína, proteção para sua população civil e pleno respeito à sua soberania, ao seu direito de retorno e à autodeterminação. E lembremos que a UNRWA, com mais de setenta anos, não é uma iniciativa recente, mas sim um testemunho vivo de que a tragédia dos refugiados continua e que a comunidade internacional continua em dívida.

 

Estamos diante de um momento decisivo: ou o mundo finalmente aceita que os palestinos são um povo merecedor de liberdade e soberania, ou continuará a consolidar ficções que aprofundam a divisão e prolongam a humilhação. O verdadeiro reconhecimento não se mede em votos, mas em ações que ponham fim à ocupação e restaurem todos os direitos do povo palestino.

 

União Palestina na América Latina – UPAL

 

14.09.25

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