Nós, Parlamentares e formadores de opinião abaixo assinados de todo o mundo, expressamos a nossa profunda preocupação com a catastrófica crise humanitária na Faixa de Gaza, onde políticas deliberadas e a obstrução da ajuda humanitária resultaram em condições semelhantes à fome. Apelamos aos governos de Israel e do Egito para que abram imediatamente todas as passagens para Gaza, incluindo a passagem de Rafah, para permitir a entrega desimpedida de alimentos, suprimentos médicos e ajuda essencial.
A Fome como Arma de Guerra
Desde outubro de 2023, e com a escalada até 2024 e 2025, Israel impôs um bloqueio quase total a Gaza, restringindo a entrada de alimentos, combustível, medicamentos e ajuda humanitária. Essas ações levaram a níveis catastróficos de fome, com mais de 2 milhões de civis lutando para sobreviver com suprimentos alimentares mínimos e deficientes em nutrientes.
De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, os suprimentos de alimentos em Gaza acabaram, deixando mais de 80% da população dependente de ajuda inexistente.
Funcionários da UNICEF descreveram cenas em que crianças estavam tão desnutridas que não tinham energia para chorar.
A Save the Children confirmou que pelo menos 3.100 crianças menores de cinco anos foram mortas, com muitas outras enfrentando desnutrição com risco de morte. No total, mais de 14.500 crianças foram mortas durante o conflito em curso, de acordo com relatórios verificados, com a fome e doenças evitáveis ceifando vidas de jovens a cada dia.
O Coordenador Humanitário da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados declarou: "Crianças estão morrendo de fome", à medida que a fome se intensificava.
A ONU também confirmou a morte por fome de pelo menos 20 crianças, incluindo bebés, devido à total falta de alimentos e assistência médica.
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, alertou que a restrição de ajuda por Israel poderia equivaler ao uso da "fome como método de guerra" — um crime de guerra segundo o direito internacional.
Quadro Jurídico Internacional
O direito internacional humanitário, incluindo a Quarta Convenção de Genebra, proíbe explicitamente a fome de civis como método de guerra e obriga a potência ocupante a permitir assistência humanitária e garantir o acesso a alimentos e suprimentos médicos.
O Comité Especial da ONU para Investigar as Práticas Israelitas declarou que o bloqueio israelita apresenta "fundamentos razoáveis" para concluir que a fome está sendo usada como método de genocídio.
A Responsabilidade Legal e Moral Vital do Egito
Embora o Egito não seja a potência ocupante em Gaza, ele tem responsabilidade direta, segundo o direito internacional humanitário, como signatário das Convenções de Genebra, de facilitar a ajuda humanitária a civis que enfrentam a fome.
A passagem de fronteira de Rafah — sob controle egípcio — representa a única linha de vida humanitária viável para os 2,2 milhões de palestinos presos em Gaza.
A recusa ou obstrução do Egito em abrir totalmente Rafah e permitir o acesso irrestrito da ajuda humanitária contribui para o agravamento da fome e do sofrimento. A neutralidade não é uma opção quando vidas estão em jogo.
Instamos o Egito a cumprir as suas obrigações abrindo imediatamente a passagem de Rafah, garantindo o fluxo rápido e incondicional de alimentos, medicamentos, combustível e pessoal humanitário para Gaza.
Nossas Reivindicações
Nós, Parlamentares e formadores de opinião abaixo assinados, exigimos:
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Abertura imediata e incondicional de todas as passagens para Gaza, incluindo a passagem de Rafah.
2. Cessação de todas as obstruções à ajuda humanitária, alimentos, combustível, água e medicamentos por qualquer parte.
3. Garantias para a segurança dos trabalhadores humanitários e a facilitação das suas operações em terra.
4. Monitoramento internacional para garantir o cumprimento do direito humanitário e impedir o uso da fome como instrumento de guerra.
Fonte: https://www.facebook.com/amyra.elkhalili/posts/pfbid02uS55DcMAZVaWdqCNfpEkuBEr4GPGE78YLScPVMwj8EdZ7PQuWeCPpxnjYqmngaudl