A comunidade internacional tem o dever de garantir a criação do Estado nacional palestino e expulsar Israel das terras ocupadas.
Por Ivanildo di Deus Souto - A Comunidade Internacional tem feito vistas grossas aos covardes, hediondos e históricos crimes praticados pelo Estado Sionista de Israel contra o povo palestino ao longo de quase 80 anos. Não há uma guerra no sentido etimológico do termo entre duas nações, como dissemina a mídia corporativa e conservadora mundial, pois a Palestina não tem um exército constituído, mas, sim, grupos de resistência, como o Hamas, que defendem o seu território para viverem com suas famílias e como povo; o que sempre existiu desde 1948, ano da criação de Israel, é um atroz massacre e genocídio perpetrados para desterritorialização, expulsão e extermínio da nação palestina.
Israel não age sozinho, tendo sempre o apoio de países imperialistas do Norte Global, como os Estados Unidos, a Inglaterra e outros, daí sua condição de estado nacional pária e terrorista estatal quando desobedece e nunca cumpre as resoluções de órgãos internacionais, como a ONU e o TPI, em decisões contrárias aos seus interesses colonialistas no conflito. A partir do 7 de outubro de 2024, decidiu perpetrar em definitivo a continuidade do holocausto palestino, com transmissão televisiva ao vivo para o planeta, em tons de sadismo satânico e supremacismo visceral jamais vistos na história apoiado no poder do arsenal belicista tecnológico de ponta que detém e da cumplicidade que desfruta das elites internacionais sion-nazifascistas, proprietárias dos grandes conglomerados midiáticos e das big techs. Assim, promove o inferno dos palestinos visto em tempo real.
Falas e apelos de líderes internacionais são feitas e decisões de órgãos internacionais contra o genocídio são tomadas, porém nada barra o intervencionismo colonialista e genocida de Israel. É preciso que, em caráter de urgência prioritária, a Comunidade Internacional se sensibilize para impedir o extermínio completo do povo palestino já que, nem de longe, nesse conflito quase octogenário, Israel respeita o Direito Internacional e muito menos o sagrado direito humanitário dos palestinos à sua própria existência como nação histórica, livre e independente.
Aos países da Comunidade Internacional, tanto do Norte quanto do Sul Global, ora preocupados no equilíbrio de suas economias e na garantia das suas fatias no mercado mundial depois do Tarifaço de Trump, compete a grandeza do intento de tomarem para si a responsabilidade de porem um ponto final no conflito, reunindo-se em cúpula e decidirem pela imediata criação do Estado Nacional Palestino e pela Expulsão dos Colonos e Militares Israelenses da Faixa de Gaza e de todo o território palestino.
As decisões de Netanyahu de continuar com o genocídio, criar mais assentamentos na região, do bloqueio de ajuda humanitária desde o início de abril deste ano de 2025 e além das insistentes falas de Trump afirmando que os Estados Unidos irão se apropriar da Faixa de Gaza para transformá-la num paraíso de resorts, impelem à necessidade urgente da criação de uma cúpula internacional em defesa da Questão Palestina.
Essa ora sugerida ‘Cúpula Mundial em Defesa da Criação do Estado Palestino e da Expulsão de Israel do Território Palestino’ deve ser convocada por lideranças das nações do Norte e do Sul Global sensibilizadas e solidárias com a causa palestina e independentes da linha imperialista-colonialista tanto dos Estados Unidos quanto de Israel e requer coragem, determinação e resiliência contra as prováveis retaliações geopolíticas que sofrerão desses países, principalmente dos EUA, que têm o Estado Sionista de Israel como pilastra de sustentação de defesa dos seus interesses supremacistas no Oriente Médio.
Não é possível projetar a realização de uma cúpula desse porte audacioso sem se pensar nas medidas de retaliação das nações alinhadas aos interesses dos países aliados e afinados aos interesses dos países em epígrafe, porém há elementos historicamente construídos nessa sanha persecutória estadunidense-israelense que devem imprescindivelmente ser levados em consideração: o próprio sofrimento quase secular dos palestinos, o seu direito de existir enquanto nação e a cumplicidade histórica da quase totalidade da comunidade internacional em não buscar ações concretas para resolução do conflito.
O difícil no contexto geopolítico é encontrar candidatos à proposição da realização do evento dado ao emaranhado de interesses no cenário geopolítico e mercadológico das nações, principalmente das emergentes. Alguns podem ter esse perfil, como Xi Jiping (China), Lula da Silva (Brasil) e Cyril Ramaphosa (África do Sul). O primeiro por presidir a maior potência comercial mundial; os dois últimos por seus países terem impetrado ações junto ao TPI e à Corte Internacional de Haia contra crimes de guerra praticados por Israel.
A sugerida cúpula internacional pró causa palestina terá, pelo menos, três objetivos primordiais: 1º) Reunir o maior número de países em torno da questão palestina e sensibilizá-los da necessidade de barrarem o genocídio; 2º) Criar o Estado Nacional Palestino e fazê-lo reconhecido pelo maior número de nações; e, 3º) Criar uma Força Tarefa Militar Internacional para expulsar exclusivamente as tropas militares do território palestino ocupado e estabelecer definitivamente a paz na região.
E outro fator crucial à realização de tal cúpula internacional é o temporal. Ou a Comunidade Internacional toma medidas concretas ou o povo palestino estará condenado a ficar sem sua área territorial para existir enquanto nação e ao seu completo extermínio*.
A busca pela continuidade da humanidade depende da Paz e a História tem comprovado que, em dados momentos da sua trajetória, a Paz não foi conquistada por vias pacíficas e institucionais, mas por confrontos simbólicos e necessários ao seu estabelecimento, como é ora o caso palestino.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
Fonte: www.Brasil247.com