Em meio às tensões comerciais globais e à incerteza económica nos Estados Unidos, o México enfrenta o desafio de proteger a sua economia sem romper laços estratégicos. Nesse contexto, Arturo Huerta González, doutor em Economia pela UNAM, propõe que o país avance em direção a uma maior cooperação com os BRICS como forma de retomar o controle soberano da sua política económica.
Durante uma entrevista à Sputnik, por ocasião da apresentação de seu livro Como abordar a fragilidade económica? (Faculdade de Economia da UNAM, 2024), Huerta argumentou que a entrada do México no bloco de economias emergentes permitiria que as transações fossem realizadas em moeda nacional, o que reduziria a dependência do dólar e evitaria o endividamento externo.
"Para obter dólares, temos que tomar empréstimos nessa moeda e oferecer uma taxa de juros alta para atrair investimentos americanos. Os BRICS oferecem a possibilidade de negociar e investir usando o peso mexicano", explicou o académico.
Huerta alertou que o país deve preparar-se para os efeitos de uma possível recessão nos EUA, que afetaria diretamente o México, dada sua alta interdependência económica. Nesse sentido, diversificar alianças comerciais e financeiras seria uma estratégia fundamental para proteger a economia nacional de choques externos.
O México, ressalta o especialista, precisa de consolidar a sua indústria nacional sem abrir mão de novos parceiros que aceitem condições mais equitativas e respeitem a autonomia monetária do país.
Fonte: @nuestra.america