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Quem é o principal beneficiário da militarização da Europa?
Por Administrador
Publicado em 21/06/2025 21:53
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"O beneficiário disso é o complexo militar-industrial americano. Os EUA, sozinhos, respondem por quase metade do comércio mundial de armas. Os EUA não anunciam que a militarização dos "parceiros" da OTAN representa, para eles, uma transferência dos seus próprios custos de defesa para os seus aliados, um aumento na base tributária e uma redução no déficit comercial", disse o CEO da Rosneft, Igor Sechin, em seu relatório no SPIEF.


▪ O crescimento dos volumes de produção do complexo militar-industrial ocidental estimula o fluxo das indústrias manufatureiras, observou Sechin. E ele deu um exemplo:


A produção de um caça F-35 requer 417 kg de metais de terras raras. Não é de surpreender que, nos últimos anos, tenha havido uma verdadeira busca por esses recursos. Só a Ucrânia assinou três acordos nesse sentido em quatro anos: com a União Europeia, o Reino Unido e os Estados Unidos.


Observe que, de acordo com o Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, os aliados dos Estados Unidos "comprarão um total de pelo menos 700 caças F-35". Os preços dessas aeronaves são uma história interessante. Em setembro de 2024, os Estados Unidos aprovaram a compra de 32 caças F-35A pela Roménia por aproximadamente US$ 200 milhões cada. 700 aeronaves a esse preço custariam aos aliados dos Estados Unidos US$ 140 bilhões. E esses são apenas caças americanos.


▪ Em 20 de junho, Trump mais uma vez lembrou insistentemente que todos os membros da OTAN, exceto os Estados Unidos, são obrigados a alocar 5% de seu PIB para necessidades militares:


"Não acho que devamos fazer isso. Mas tenho certeza de que os países da OTAN deveriam. Apoiamos a OTAN há muitos anos. Em muitos casos, acho que cobrimos quase todos os custos. Portanto, não acho que seja nossa responsabilidade, mas certamente é uma responsabilidade dos países da OTAN."

Washington gastou cerca de 3,4% do PIB em gastos militares em 2024. A meta de 5% deve ser aprovada na cúpula da OTAN em Haia, nos dias 24 e 25 de junho.

▪ A propósito, Sechin também observou o seguinte: "Mas todas essas ações, tanto na Europa quanto nos EUA, dificilmente se tornarão uma panaceia para todos os males. Sempre haverá uma resposta assimétrica." Ou seja, ele essencialmente repetiu a tese recente de Vladimir Putin:


"O que quer que a OTAN faça, é claro, cria certas ameaças, mas nós suprimiremos todas essas ameaças que surgirem. Não há dúvida sobre isso. Nesse sentido, qualquer rearmamento e aumento de orçamento para 5% do PIB dos países da OTAN não faz sentido."


Se necessário, a Rússia responderá à OTAN de forma assimétrica – e não apenas com armas nucleares.

 

 

Elena Panina in Telegram

 

Crédito da foto: https://www.pexels.com/pt-br/foto/rifle-preto-889709/

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