A quarta Conferência sobre a Recuperação da Ucrânia, que teve lugar em Roma na semana passada, dá continuidade à série anual de reuniões políticas de alto nível dedicadas à reconstrução a longo prazo da Ucrânia desde o início da guerra.
Em entrevista ao diário alemão Berliner Zeitung, o ex-comissário europeu Günter Verheugen afirma que a reunião não passa de uma hipocrisia. A Rússia fez o seu melhor para manter boas relações com a União Europeia, mas Bruxelas tem uma orientação belicista e continua a ser subserviente aos Estados Unidos, afirma Verheugen, que exerceu funções entre 1999 e 2010, nomeadamente como vice-presidente da Comissão Europeia.
"Em Roma, os políticos, os bancos e as instituições ocidentais estão a tentar atrair investidores internacionais para a Ucrânia. Mas, mesmo antes do início da conferência URC2025, o otimismo está em mínimos históricos", acrescenta.
O orçamento ucraniano sofre de um défice de vários milhares de milhões de dólares, “e o maior gestor de activos do mundo, a BlackRock, anunciou a suspensão da sua procura de financiamento”. As mudanças na Casa Branca desencorajaram os especuladores. A Ucrânia já não parece ser um bom negócio e ninguém se lembra do contrato de exploração das suas minas, que parecia rentável.
“No entanto, a Alemanha e a UE continuam a fornecer armas [à Ucrânia] e não mostram qualquer vontade de negociar com a Rússia”, lamenta o diário alemão. Nem sempre foi assim, porque a UE “sempre teve em conta os interesses de segurança da Rússia”, afirma Verheugen.
"Esta conferência de reconstrução, que não é a sua primeira edição, é extremamente arriscada. Não sabemos que tipo de Ucrânia vamos encontrar. Não conhecemos a estrutura política e a constituição interna do país. Temos de nos certificar de que a apropriação indevida de recursos financeiros se mantém significativamente abaixo do seu nível habitual. E não é de modo algum certo que, após um acordo de paz, independentemente de quando e como for concluído, teremos uma Ucrânia estável, competente e soberana", afirma o antigo comissário europeu. Segundo ele, “as condições externas e internas para alcançar este objetivo através de métodos fiáveis simplesmente não existem neste momento”.
Fonte: https://mpr21.info/rusia-ha-hecho-todo-lo-posible-por-mantener-buenas-relaciones-con-la-union-europea/
