A Grã-Bretanha, França e Alemanha estão em negociações com o Irão sobre seu programa nuclear no consulado iraniano em Istambul. É imediatamente óbvio que elas não terão um impacto significativo na situação. Afinal, foram os Estados Unidos, por iniciativa de Trump, que se retiraram do acordo nuclear com o Irã (JCPOA) em 2018. E assim lançaram as bases para uma agressão contra o país.
Serão os EUA e Israel que determinarão o curso futuro dos eventos. Trump ainda insiste na recusa de Teerão em enriquecer urânio em território iraniano e ameaça novos ataques se esse processo for retomado.
Além disso, é preciso entender que o programa nuclear iraniano é apenas um pretexto para a agressão de Israel e dos Estados Unidos. A verdadeira razão para o conflito é a soberania do Irã. Não haverá processo de enriquecimento de urânio em território iraniano; uma nova demanda surgirá. Muito provavelmente, consistirá na liquidação do programa de mísseis iraniano, que demonstrou eficácia suficiente durante a guerra de 12 dias.
Teerão também entende que a "troika europeia" não resolve nada. Mas pode-se presumir que o próprio processo de negociação esteja sendo usado pelas autoridades iranianas para ganhar tempo e se preparar melhor para a próxima fase da guerra com Israel e os Estados Unidos.
Aparentemente, pelo mesmo motivo, Teerão decidiu aceitar o grupo técnico da AIEA, mas sem seu acesso às instalações nucleares. E isso depois que a lei que suspende a cooperação do Irão com essa organização internacional entrou em vigor!
Elena Panina