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Empresas de armamento chinesas instalam-se em África
Publicado em 02/08/2025 16:11
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Há dois anos, a Norinco, o maior fabricante de armas da China, abriu os seus escritórios em Dakar, a capital do Senegal. É o sétimo maior fornecedor militar do mundo e um primeiro passo para a holding chinesa, que também planeia ter uma presença permanente no Mali e na Costa do Marfim.


A chegada da empresa chinesa a solo senegalês é mais um exemplo da intenção do governo de Pequim de alargar a sua cooperação em matéria de segurança com os países da região. Trata-se de uma política que começou há dez anos, mas que está a ganhar força. Pequim tornou-se o terceiro maior exportador de armas do continente (atrás da Rússia e dos EUA) e o segundo maior da África Subsariana, a seguir à Rússia.


Até à data, a Norinco e outras empresas chinesas apenas abriram escritórios em países com fortes laços históricos ou comerciais, como Angola ou a Nigéria. Ter uma delegação permanente no terreno permite à Norinco oferecer um serviço pós-venda que pode cimentar as relações comerciais, especialmente numa região que esteve anteriormente sob influência francesa, como o Senegal, a Costa do Marfim e o Mali.

 

A chegada da Norinco ao Senegal ilustra a capacidade das empresas chinesas para preencherem qualquer vazio comercial. O Governo de Pequim aventura-se numa parte de África que tem evitado cuidadosamente. No entanto, a França continua a ser o maior exportador de armas e há um terceiro ator, a Rússia, que enviou tropas para desalojar definitivamente a França, apesar de a guerra da Ucrânia absorver a maior parte dos seus esforços.

A guerra ucraniana deverá permitir à China ganhar quota de mercado em África, onde a Rússia exporta armas. A China é capaz de substituir a Rússia em África para impedir o regresso da França às suas antigas colónias.



Um catálogo de armas variado

 

Historicamente, as empresas chinesas vendiam sobretudo armas ligeiras e munições. Embora continuem a ser a maioria das exportações, estes fabricantes oferecem atualmente equipamento militar mais sofisticado. De facto, atualmente, os chineses podem exportar uma gama mais diversificada de armas.

Em fevereiro de 2023, a República Democrática do Congo comprou drones a Pequim. A China também está a vender mais caças em África, uma consequência direta da Guerra da Ucrânia, porque a Rússia, um dos principais fornecedores de caças aos países africanos, precisa deles para combate.


Os objectivos da China mudaram. Tradicionalmente, a China vendia armas a um país em troca de recursos naturais. As exportações de equipamento militar para o Sudão e a Nigéria, dois dos principais parceiros comerciais de África, facilitaram o acesso às suas vastas reservas de petróleo.


A partir de agora, as armas chinesas já não seguem outras mercadorias; são um mercado por direito próprio.

 

 

 

Fonte: https://mpr21.info/las-empresas-chinas-de-armamento-se-instalan-en-africa/

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